terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Meu querer

Senhor,
Faz Teus sonhos serem semelhantes aos meus.
Sacia minha sede de realizá-los!
Sonha o sonho meu.
Com tua mão conduz meu olhar, a sensibilidade de ele precisa, que seja buscada em Ti!
Não esquece, iguala Teu sonho ao meu.
E só mais uma vez, te lembro, nosso inconsciente pode desejar a mesma coisa, então: realizá-o.
Que minha inquietação motive a concretização do nosso querer.
Eu te amo!
Luiza.



Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Lamentos

O carro parado na esquina do seu apartamento. Eu acompanhava os ponteiros a mais de 50 minutos. Porque continuar esperando? Será que não deu nada certo e descobriram o plano dela? Não dá mais. Corro pela ultima vez por aquele corredor. Agora eu não tinha mais nada, nem os sonhos ao lado dela, nem a oportunidade de refazer minha vida. Via logo adiante dois corpos sem vida. Meu espírito jazia junto aos deles.
Noites em escuro passo desde que fui condenado pela morte do meu amor e de seu oficial marido. Minhas esperanças se perderam naquela noite de domingo.
Eu sei bem que ele não resistiu perdê-la, nem mesmo para a morte. Decidiu-se por acompanhá-la até o último momento. Morrer foi a forma em que ele arriscou para uni-los. Já eu fiquei aqui, antes também tivesse sido carregado por ela, pela dama da dor.

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Que tal mandar um currículo?

Que tal mandar um currículo?


Antes as meninas completavam 14 anos e já estavam praticamente entregues aos seus futuros maridos, sem nem mesmo conhecê-los, na maioria das vezes.
O tempo foi se modernizando e os pais já não interferiam mais na escolha dos filhos em relação aos seus parceiros, então cada um casava-se com quem queria. A porcentagem de casais que encontraram o divórcio como solução para seus problemas também aumentou.
Hoje, no século XXI, pessoas optam freqüentemente pela Internet para encontrar alguém que possam se relacionar. Conhecem virtualmente alguém e logo em seguida marcam um encontro.
O século XXI também é época em que a concorrência está cada vez mais acirrada. A eficiência da máquina surgiu como uma das principais concorrentes do homem, que hoje tem que ter domínio de pelo menos duas línguas estrangeiras, apresentar um currículo recheado e diferenciado para firmar-se no mercado de trabalho.
Mulheres, hoje, investem em rapazes estudados, apesar de sua autonomia intensificada. Homens, quando pensam em assumir um relacionamento sério - o que ficou ainda menos freqüente - procuram saber todas as atividades curriculares da mulher pela qual se interessam. Ou seja, as pessoas, em sua maioria, não estão escutando o coração em primeiro lugar, mas sim vendo o investimento futuro em que poderão fazer ao relacionar-se com alguém que apresenta características de um profissional bem sucedido.

Paulo: Olá, meu nome é Paulo, tudo bem?
Luana: Oi.
Paulo: Que curso você faz aqui na faculdade?
Luana: Medicina, e você?
Paulo: Engenharia Elétrica. Já ganhei um concurso apresentando projetos, acredito que estou na profissão certa para ser bem sucedido. Deu até para comprar um carro zero com o dinheiro dos prêmios. Você fala outras línguas?
Luana: Sim. Chinês, Inglês, Espanhol e Francês. E você?
Paulo: Eu também, mas ainda estou cursando o Chinês.
Luana: Que bom.
Paulo: A gente pode ir ao cinema qualquer dia?
Luana: Pode. Anota meu celular.
Paulo: Qual seu aparelho?
Luana: Por quê?
Paulo: Pra saber se você é realmente compatível comigo. Seu currículo está sendo aprovado. Só falta concluir nossa entrevista.




Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Dolorosamente (parte 4)

Como a empregada só se deu conta que a filha mais nova do senhor também estava em casa horas depois do acontecido, ela também poderia ter alterado a cena do acidente, até porquê a menina diz que ao acordar e encontra-se com a doméstica limpando o banheiro, a mulher teve uma reação de susto. Então ela pôs-se a imaginar qual o motivo daquela reação. Mas a notícia de que seu pai estava ferido veio quase imediatamente.

O genro do idoso tinha conhecimentos criminalista e já havia trabalhado como detetive alguns anos da sua vida, então interessou-se pelo caso.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Dolorosamente (parte 3)

Os pontos, agora, colocados em sua cabeça fechavam à marca do acidente.
Ele não mais se recusava a falar sobre o acontecido, mas a verdade não parecia estar presente na descrição.
O senhor já idoso disse ter se cortado com uma faca que estava sobre o armário ao tentar pega-la para cortar uma fruta, pois tinha muita fome. Percebeu quando ela escorregara sobre sua cabeça, mas por causa do seu estado de sonolência, não deu relevância ao corte e voltou ao sono ainda com fome.
A doméstica da casa em que ele mora diz que quanto chegou, pela manhã, as 7h, reparou no rosto do seu patrão, assustou-se, mas não compartilhou o acontecimento com ninguém, pois julgava estar sozinha. Ela percebeu as marcas de sangue pelo quarto do senhor idoso e também pelo banheiro do closet, mas não registrou sangue pela cozinha.
As duas histórias não coincidiam.

Agora que já estava tudo remediado, os filhos do idoso não se conformariam em ficar sem respostas. Iriam até onde fosse preciso para saber de toda a verdade.

domingo, 8 de junho de 2008

Dolorosamente (parte 2)

Era mais complicado do que se previa, desfazer todo o imprevisto.
Os filhos reuniram-se na sala em busca de um mesmo objetivo: levá-lo ao hospital!
Mas ele estava imbatível, recusava-se a todo custo.
Gritos, choros, e nada. Enquanto isso o sangue de seu rosto continuava a transbordar.
O tempo ia passando e nenhum progresso quanto a situação acontecia.
Uma filha, após doar todas as suas forças e sua capacidade de convencimento desistira.
O outro filho largara-se sobre a cama e apenas aguardava.
A menina mais nova, ainda apreensiva, conformava-se.
O dia já estava caindo.
E inesperadamente surge a ultima esperança, a mãe das crianças consegue levá-lo ao hospital apenas com um pedido. Será que há um sentimento camuflado no coração daquele homem ferido?
Tudo vai bem. Acontece uma pequena cirurgia e já podemos raciocinar tranqüilamente.
O que realmente teria acontecido? Essa é a pergunta que insiste na cabeça de quase todos, com exceção do acidentado, que nessa hora ainda estava impossibilitado de dar explicações.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Dolorosamente (continua)

-Bom dia!
-Menina, eu estou preocupada, há muito sangue pelo corpo dele.
- Como é que é? O que houve?
A calma é fator importantíssimo nesses momentos.

Fui examinar com cautela o acontecido.
Havia realmente bastante sangue nele. Estava despido e jogado sobre o dormitório.
Aguardamos que ele despertasse de seu sono para olharmos cuidadosamente o corte.
Era realmente mais grave do que imaginava, profundo.
Mas como tudo teria acontecido? Certamente isso não era o mais preocupante naquela hora.
O tumultuo estava formado, agora não tinha mais como escapar de toda a algazarraza.





...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Sem encantos


Poderiam escorrer lágrimas dos cantos dos meus olhos, mas isso somente se elas fossem inevitáveis. No caso de eu poder escolher, prefiro ao sorriso bem no meio do meu rosto. Acho que na vida todo mundo tem momentos em que não aguenta mais ouvir falar de amor, escutar músicas que façam alusão a um ser encantado, ou ler historinhas, repetidas, apaixonadas(por falar nisso, vou lembrar de comprar HQs). As pessoas têm vontade de ir ao cinema, porque é um lugar agradável e diferente de suas casas, mas lembrar que é um canto idealizado romântico, onde deve-se ir acompanhada ou sabendo que se assistirá filmes em que todos têm companhia - até os filmes de ação, acaba fazendo com que os desacompanhados percam o interesse por essa arte - o cinema, claro. Tem horas que nós não aguentamos mais tanto faz de conta. Parece que "A bela adormecida" e a "Cinderela" continuam até hoje. A diferença é que estão embutidas em historias romanescas baratas, que alimentam o sonho de um príncipe encantado, totalmente apaixonado e uma união chata, de casais perfeitos. O que vem mudando é apenas a contextualização. A forma com que os assuntos "encantados" estão sendo abordados, ou onde eles estão sendo apresentados. Mas as barreiras com o passado ainda não foram rompidas, pelo contrário, agora tem muito mais gente tirando vantagem da paixonite das pessoas.
As propagandas mostram casais lindos. Homens e Mulheres perfeitos. Isso pra que os consumidores, nós, tenhamos vontade de comprar algum produto somente pelo fato de acreditarmos que o amor perfeito seja real, ou ao menos acreditarmos que é possível esse sonho realizar-se conosco. Enquanto isso, publicitários e empresários engordam suas contas bancárias. E nós nos mantemos miseráveis, sem príncipes encantados, e sem percebermos o quanto somos marionetes do capitalismo, das corporações. Não precisamos sonhar mais do que viver. Se pudermos fazer os dois, que bom. Senão, façamos o que vivemos realidade e não esqueçamos dela, não a troquemos por "faz de conta", isso é praticamente supérfluo para uma vivência realizada.


Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante


quinta-feira, 8 de maio de 2008

Outro olhar sobre o caso Isabella Nardoni

Réus sim! Culpados?

Falam que o pai e a madrasta teriam lesionado e em seguida, levados por uma causa ainda desconhecia, matado Isabella de forma fria e sem nenhum pudor moral. Talvez tudo que se tem dito sobre o caso da pequena Nardoni seja a pura e simples verdade. Ou talvez nada que se tem revelado seja verídico, pois tudo pode se tratar de uma obviedade que a policia preferiu perceber. Tudo que seja muito evidente, creio eu, merece mais atenção e investigação, talvez pelo rumo seguido, pela linha de investigação, se tenha chegado a essa conclusão. Não podemos esquecer que a polícia fez somente um caminho de investigação. Não faço aqui uma defesa do casal, que ontem já se tornou réu do caso, mas sim uma defesa da justiça. Não devemos julgá-los pela obviedade, devemos esperar que não haja mais defesa alguma para podermos chamá-los de culpados, e isso só poderá ocorrer quando o conselho do júri assim o fizer.

Anderson Cidral - Estudante de Direito, 3o semeste, da Universidade de Fortaleza - Unifor.

sábado, 3 de maio de 2008

Retrato de um momento familiar

A calçada, a conversa entre família, o assunto pronunciado aos cochichos. Era esse o ambiente. Eu e minha prima no batente e os Machado ao lado. Acabou. Vamos para casa. Tchau família. Mãe me deixa em casa e leva a minha comida depois, obrigada! Ligo o computador. Escrevo um pouco. Gravo umas recordações, apago outras. De repente uma surpresa, era ele, o vento. As portas se batiam. Já anunciava a chegada dela, exatamente, a chuva, não tardou. Música, claro. É essencial. Algo relaxante. Uma vontade repentina de recordar a infância apareceu. Puxo a grande caixa com fotos. Muitas fotos. Via minhas duas famílias ainda jovens. Minhas duas irmãs, meus dois irmãos, minhas duas mães. Desde pequena já era apegada com minha prima-irmã, ela era meu espelho. Então como pode a gente ter se tornado tão diferente? Que bom. Significa que eu não perdi minha essência. Meu pescoço me faz parar. Já não agüentava mais a mesma posição. Um papo cabeça com O Cara, e eu já permitia a atividade dos meus sonhos.

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Só um detalhe!


Sempre tive curiosidade em saber o que às pessoas faziam depois do ônibus.Para onde elas iam.Já me imaginei diversas vezes como jornalista investigativa, daquelas que esperam só um toque no cabelo para formar o parágrafo.Tanta senhora já aflorou minha imaginação. Era incrível ver aquelas, que estão quase no fim da vida, olhar de forma carente para a primeira poltrona que visse e esperar que alguém oferecesse o lugar aos seus cabelos brancos.Penso como teria sido sua face na juventude. Que tipo de perfume ela gostava de usar. Por falar nisso, porque você me disse que perfume é a persuasão usada na sedução? Será que mesmo aquela velhinha com cheirinho de bebê queria atrair o olhar de alguém? Coitada, parece ter preparado muito cuscuz na vida. E agora estar abandonada pelos filhos que ela tanto fez com que tivesse um bom futuro. Mas esse sorriso que lhe escapa a boca, ao ouvir uma musica sertaneja, inutiliza toda a minha tese. E se ela for feliz por ser devota a Deus desde a mocidade? Ou se sempre foi bom pra ela ver seu amor chegar a casa, lhe olhar com cara de superioridade e dizer: vem mulher, não vou tomar banho. Bota minha colher com o feijão na mesa. Já vai anoitecer.Se for parar pra escrever cada pessoa com a sua respectiva particularidade que me roubou a atenção, eu escrevo meu livro. E o ambiente vai ser realmente o ônibus. Tentaria descrever o lugar que cada um demonstrava querer parar e viver um minuto de felicidade. Ou o que sonhariam em estar fazendo. A cama que esperavam encontrar para que não se sentissem ridicularizados, dormindo em meio a todos, acordando assuntados com medo de perder o destino rotineiro.


Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

Um certo jardim de inverno


Lá no jardim de inverno da minha casa,
Feio, triste jardim de inverno.
As plantas sentem calor.
O pior é que sempre quis ter um.
Mas se eu soubesse que tanta tristeza as plantas passavam, coitadas, nunca teria desejado tê-las.
Elas continuam vivendo ali, sozinhas.
Mas agora eu também estou sozinha
Não me sinto capacitada para fazer-lhes companhia,
Levar vida a essas tristes meninas.
O tempo vai passar e elas vão continuar ali, bem no canto da sala.
Olhando-me todos os dias quando acordo e passo com roupas desajeitadas.
Quando fico por horas sentada diante delas, descobrindo um mundo inimaginável para as coitadas.
Mundo um pouco impressionista. Sobre natureza morta ou algo socialista sobre a Revolução Russa.
O importante é que invariavelmente elas continuarão ali. Quase mortas.
Esperando o dia em que alguém lhes traga vida.
Se é que já não perderam as esperanças...
Diferente de mim, que quando penso que cheguei ao fim vejo-me revigorar e consigo continuar.

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

Escolheste-me

Não te encantes comigo!Não beneficiarei em nada tua vida.À sua saúde, serei prejudicial.Exijo total exclusividade.Quando faço com que proves um pouco, sempre quero que vá até o fim – mesmo que ele não exista.Invado, descaradamente, teus pensamentos.Envolvo, compulsivamente, tuas mãos.Não será possível que faças análise sem que me inclua como motivo central da tua loucura.Minhas extensões são firmes.O medo que tinhas quando não me conhecias, agora será intensamente constante.Viverei essencialmente cada momento teu.Escolheste-me entre tantas!Mesmo que te avisassem que nada eu valia.Que estavas fazendo investimento banal, estudo inoportuno.Mas não me abandonaste.Falaram-te do estado de miséria que viverias até o fim da vida.Mas mesmo assim, não desististes de mim.Depois que experimentastes, tornastes dependente.Não há quem te impeça de ser jornalista.Mesmo que jamais publique o que escreves, não consegues parar.Sabes que não tem jeito.Agora és meu.Realmente, exerço fascínio!

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

O excesso de vaidade tem seu preço


É impressionante o quanto a cada dia, mais mulheres estão em busca do corpo perfeito. E não só sou eu quem se surpreende. Cirurgiões plásticos também ficam admirados com o número crescente de pessoas que procuram as clínicas esteticistas. Que vão em busca do corpo perfeitamente esculturado. E para alcançar esse objetivo, submetem-se a cirurgias de prótese de silicone, de lipoaspiração. Mesmo sabendo que essas práticas não são totalmente seguras, o desejo de modificação do corpo prevalece.É importante que aqueles que pretendem fazer cirurgia reparadora fiquem cientes do risco que irão correr.Os jornais mostram constantemente incidentes ocorridos durante essas cirurgias. Incluindo óbitos, que podem ser causados por embolia pulmonar, queda de pressão arterial, parada cardíaca. E depois da operação a pessoa continua sujeita a morte, correndo o risco de sofrer ânsia e taquicardia, por exemplo.Juízas, dançarinas, gerentes comerciais, travestis, administradores já perderam a vida por exaltar a vaidade. Começam colocando prótese na mama e quando percebem já estão fazendo lipoaspiração a cada seis meses, na barriga, nas costas. E ainda existe quem afirme não estar ciente dos riscos dessas cirurgias plásticas.Injetar silicone líquido na face, na mama, nas pernas e em outras partes do corpo pode ser bastante perigoso.As pessoas devem se amar mais. Valorizar o olhar, o sorriso, o raciocínio, o intelecto. De que adianta ver-se desejada por todos? Olhar-se no espelho e encontrar o corpo perfeito, se não consegue ter uma conversa interessante por mais de dez minutos?As pessoas estão pagando um preço alto demais para se sentirem mais amadas, mais satisfeitas consigo.Essa vaidade demasiada está fazendo com que muitos percam a vida. Será que vale arriscar-se tanto para ficar do jeito que sabe que não será jamais possível: perfeito!Mulheres, a auto-estimas depende do que se tem, e não do que se pretende adquirir. Não é uma prótese a mais que mudará o seu valor!

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

Casualmente


Certo dia, ia passando pela rua e vi um papel bem amassadinho na ponta da calçada. Ele me atraiu por ter uma cor forte. Nunca havia parado antes por causa de um papel na rua. Não sou daquelas pessoas que encontram dinheiro perdido no chão. Geralmente olho para frente. Mas neste dia eu estava cabisbaixa.Quando pequei o papel, pouco conservado, fiquei paralisada. Era algo que jamais havia prestado atenção. Deu uma dor no coração e ao mesmo tempo uma vontade de descobrir as coisas do mundo. As cidades. Os lagos. Andar a cavalo. Correr até a maré mais próxima. Não importava se eu ia fazer algo que já tinha vontade de repetir ou que sempre sonhei. O principal era viver!O papel tratava-se de uma foto, do estilo comparativo, feito antes e depois de uma pessoa. Era uma menina muito jovem, aparentemente sozinha. Mas que tinha seu encanto. Parece que existia o desejo de buscar a felicidade total do mundo. Mas do lado dessa foto havia outra dela numa cama de hospital. Quase morta. Embaixo a legenda: Sem coração não há vida. Doe órgãos!Pensei quanta gente jazida carregava consigo córneas, rins, medulas que poderiam salvar pessoas.Tantos poderiam dar continuidade à vida, mas não fazem isso. Será egoísmo ou pensamento conservador inútil? Depois que morremos ou a terra cobre nossa beleza, que tanto tentamos valorizar enquanto vivos, ou viramos cinza. Nada mais que isso. Aí termina nosso valor físico, concreto. Deixamos de trazer a alegria, reavivar pessoas. Será que conhecemos o verdadeiro sentido do amor?

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

Inevitável pensamento

O tempo passa realmente rápido!Então, quero descobrir o que é bom enquanto há tempo.Continuar a reclamar, mas aproveitar mais os acontecimentos.Dirigir mais, cantar alto, me deixar descabelar, tirar mil fotos por dia. Mas tudo isso, se houver sorriso sem vergonha, sem vergonha de ser feio ou torto. Vou envelhecer. E então pensarei no que vivi. Será que vou ver o tempo escorrer pelos pés e me deixar com água na boca de quando podia ter curtido mais os momentos? Será que vou ter a mesma sensação de quando olho a minha mãe e penso: cansada, essa menina linda.Como eu queria ter visto seu corpo jovem desfilando pelas ruas da cidadezinha e ela a conversar com os conhecidos. Será que ousava ou se reservava? Do jeito que é, devia ser como minha irmã, amar viver. Mas e depois? Por que hoje não ver muitos motivos pra se valorizar? Perdeu o gosto por si?Eu não quero chegar na fase do “tanto faz”. Ter mais um amigo: “tanto faz”. Ir ao cinema: “tanto faz”. Escrever: para que? O que penso já, já passa. Isso é não quero, não aceito!Temos que aperfeiçoar nossos gostos. Explorarmos nossas qualidades. Não maquiar os defeitos, eles sempre vão existir. Mas exibi-los menos e descobrirmos mais qualidades. São elas que nos animam.


Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

"Hoje eu acordei pensando numa vida boa que ainda pode melhorar"

Acordo já atordoada, vamos a padaria? Não!!! Não quero sair da cama nem arrastada. Mas tamanha é a insistência que não tem outro jeito. Ao voltar, comi e lá estava eu de novo, pronta para dirigir. Fui ao encontro do barroco, mas vi mais que isso. Em seguida, lá estávamos, eu e minha prima, rindo, como sempre, e chegando com um bolo na mão, que por sinal tinha mais velas do que bolo. Fomos a casa de uma amiga dela, mulher de família pequena, mas que tinha simplicidade no olhar. Nós duas, eu e minha prima, mais o filhinho dela, éramos os únicos convidados para aquela comemoração inesperada. Foi bom ver um sorriso surpreso, e saber que fui parte contribuinte para que ele aparecesse. Em fim, vamos a saca da Paranguaba. Primeiro uma voltinha pela cidade com nosso amiguinho que estava apreensivo por estar no carro comigo dirigindo. E depois, eu e minha prima fomos para sua casa. Claro, uma merendinha primeiro, e depois, mais trânsito para irmos pro outro lado da cidade. A aula ainda nos esperava. Músicas do nosso gosto nos acompanhava pelo trajeto. Entro na faculdade animada. Uma aula cansativa, depois fotos, e pronto. O compromisso já estava terminado. Sorrisos colavam em mim. Pego minha companheira, e pronto, mais uma voltinha pela cidade, ruas até desertas, planos surgindo, idéias iam se formando, e já estávamos em casa. Comer é importante. Depois ela dorme e eu me encontro novamente com minha paixão resgatada, a leitura. Termino o livro que havia começado no dia anterior e meu interior já ganha crescimento. É tarde! Amanhã um novo dia, é preciso repouso. Espero que meu inconsciente demonstre-se favorável a mim. Ou seja, bons sonhos garota!

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Redescobrindo..

Está começando hoje a revolução!
E como a cada passo novo, espero realização.
Palavrinha repetida, mas sincera.
Que eu seja picada a cada dia por esse mosquitinho que desperta o interesse por escrever e ajuda tanto a me compreender.
Por isso, digamos que, de agora em diante vocês terão o acompanhamento quase que diário de uma menina de 19 anos, às vezes mulher, certas horas crianças, e que como vocês vive conflitos pessoais, mas passa por muitos momentos animadores.
Sem mais enroladas, serei eu mesma. Um misto de prosa, poesia, com reggae, romantismo e frieza, curiosidade e conformação, cultura e aprendizado, busca e acomodação, certeza e dúvida, determinação e insegurança, confiança e medo, fidelidade e fraqueza. Enfim, o resto é acompanhamento para quem se interessar ou se identificar.
Que Deus nos abençoe.

Com prosperidade,
Luiza.

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

sábado, 8 de março de 2008

Essência

Que fraqueza que nada! Gostamos é de força, de luta!
Acomodadamente esperamos a transformação. Mas que mentira! Somos a revolução!
Quanta gentileza, obrigada. Mas quanto me custou esse agrado?
Nunca és gratuito.
Imperceptíveis? Jamais. Ainda que com um suave perfume, absorvemos todo o ar.
Mas que sorriso é esse? O que eu falei? Ah, entendi! Olhou o que não consigo enxergar por causa da minha mania de perfeição. Mas é claro, estava explicito, agora sei, não era algo novo, sou a mesma.
Quer me cuidar? Mas faça direito. Um deslize e não terás como se proteger. Somos caprichosamente maquiavélicas.
Não esqueças de lembrar o que todos os dias, ainda que com certa confiança, me pergunto. Não fale somente com os olhos, balbucie seus sentimentos, os mais encantadores, que são atribuídos a mim.
Não me esqueceste por nenhum dia? É, eu já sabia. Gosto e faço com que eu tenha o domínio controlado de cada pedaço teu.
Sou delicada, mas não se engane. Posso sempre surpreender, afinal, sou mulher.

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

Tudo termina em poesia

Quando eu não tinha tempo, queria.
Agora que tenho, esqueço.
Eu tinha alguém, mas estava sozinha.
Agora eu fujo e não consigo me separar.
O porquê da inconstante variação?
Também não sei responder.
Paradoxalmente tento me compreender.
Eiê... só mesmo as letras para me decifrar.

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante