sábado, 29 de dezembro de 2007

Tristeza urgente

Mais um dia que estou tendo que viver
Por favor, alguém entenda meu silêncio.
Leia meus olhar
Sem que seja preciso que eu diga que ele está quase morto
Encontre meu sorriso
Ou melhor, traga um pra mim de presente.
Não tem mais como encontrar vestígios do que um dia habitou esses lábios.
Entenda meu silêncio
Mas não me dê um olhar de misericórdia
Quero o teu amor
E que ele, em sua real simplicidade, alegre-me!


Poesias não vão encher minha alma
Só teu olhar me tirará dessa solidão triste que me invalida
Que não apenas sobreviva
Preciso me reanimar

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Artéria

Passo mais tempo que o de costume dentro do carro. Depois de uma noite surpreendentemente barulhenta estou gravando minha voz, minha impostação. Não é muito animadora.
Lembro de ter parado naquele sinal e... Chorado! Choro rápido. Mas aconteceu. Que ridículo! Só sei que senti um medo, um vazio, uma necessidade. É como se sempre estivesse preenchida, mas agora... Já não estava tão completa.
Parece que o carro está em movimento, mesmo desligado, parado. Ou será minha cabeça, que antecipa as tonturas e dores da doença que, provavelmente, vai me calejar.
Mas o que estou pensando? Será que estou agindo de forma totalmente errada? Será que estou me resumindo demais?
Por um momento parei no drive-trum e aquele atendente, até então desconhecido para mim, demonstrou certa ternura. Não era isso que eu esperava.
Agora estou “varada” de fome. Devoro toda essa comida gordurosa. Seguro o mp3 com dois dedos.
Caramba! O que era aquilo? Mas que susto! Será o que estou imaginando?
Via uma mão segurar o portão, em meio aquela completa escuridão. Tinha listras brancas na altura da cintura. Parecia já estar ali a tempos. Era o que eu já desconfiava... Será que ele havia escutado os meus dizeres mais particulares?
E o término? O que será que aconteceria... ? Alguém pode continuar? Tem quem se interesse em continuar minha vida? Alguém pode me emprestar o mais incrível livro de aventura para que eu me surpreenda com alguma coisa?! Ou pode ser um de terror, para que eu fique ainda mais apreensiva. Não, isto não seria uma boa idéia. Mas serve um romance, em que ao me deleitar possa me encontrar totalmente. Será que alguém gostaria de continuar essa história por mim? Por favor!
...




Conheça-me!
Descubra quem eu realmente sou. Mas não se apavore.
Acompanhe minhas variações, que não são poucas.
E se possível, continue me amando.

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

sábado, 17 de novembro de 2007

Hoje não tem pronome!

Nada mais de falar de ninguém. Agora escrever é não ter mais que centralizar alguém. Nem a quem produz, nem a quem se espera que leia.
Parou esse negócio de garoto gentil. De menina carente. De filho necessitado. O modo impetuoso é ter frieza, esquecer qualquer ser que ouse roubar a realeza das palavras. Não tem lua, não tem foto, não tem amor. Nada de gente.
Não há hoje quem roube a fidelidade das letras.
Mas que coisa... Sem pronome fica pobre, vazio. É como encolher-se num canto escuro do quarto e chorar escondido.
Mas quem chora? Vacilei, perdi minha crônica. Alguém apareceu!


Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Em par!

De calça jeans e pernas cruzadas ela começa. Após abrir a porta de seu quarto que dava acesso ao isolado, tentou imaginar como seguia se estivesse escrevendo as 12h da noite embaixo da última e única árvore da sua casa. Sentiria medo, provavelmente.
Já eu, ousaria. Interromperia esse momento de pobreza literária, disfarçada de romantismo Alencarino e deixaria as mais tristes dúvidas falarem. A realidade é que ela não está
se encontrando.

Eu experimento novas conversas, novos livros, milhões de músicas. Enquanto ela tenta ocultar sua personalidade simples e cheia de fragilidades. Deixa-se envolver pelo novo. Tenta fazer uma nova avaliação do que é o certo. Não quer que seus gestos transpareçam. Afinal, tudo agora é novo. Já eu, não quero estar aqui, e acolher a opinião dos outros. Não permito que me chamem de frágil, preconceituosa. Sou muito mais que isso. Esses cabelos dela não me enganam. Sei que deseja crescer. Se sentir maior, assim como Kant diria.
O mais conflitante entre nós duas é o desejo. É tão forte que tornasse algo difícil de separar. Mas somos muito diferentes. Temos que lutar por sobrevivência. Ou melhor, vou lutar pela minha - ainda que sozinha. Só uma de nós poderá sobreviver.
Muitos querem destruí-la. Desejam que sua inocência e a submissão aos outros partam sem deixar marcas. Sendo que com isso também morrerão o sorriso sincero e a sensibilidade para enxergar profundamente o mais bonito das pessoas. Eu não me iludo facilmente. Jogo como quero e depois caio fora. Continuo aqui, revigorada e tirando proveito das situações que me favorecem. Por mim, esse negócio de seriedade já era. Queria era curtir mesmo. Viver coisas novas, bem diferente do padrão da vidinha dela. Não sou tão sensível assim. Quando você estiver incomodado o máximo que vou poder fazer é lhe escutar. E pronto! Ponto final! Essa menina boba não faz isso. Quer tagarelar até encontrar um modo que possa ajudar alguém. Fazer com que as pessoas não saiam do mesmo jeito que chegaram. Se quer saber, acho que isso é pureza demais. Todo mundo tem problemas e não é ela com esse jeitinho pequeno que vai mudar ninguém. Cresça garota! O mundo lhe exige isso.
Entretanto, sei que ela não ver motivos fortes pra abandonar o que tirou de melhor
da vida. Atitudes novas não vão me agradar. Talvez, o máximo que aconteça é eu te satisfazer. Mas e daí? Quando você gostar de tudo em mim não vai mais me querer. Pensava ela.
Essa besteira toda me incomoda. Ela tem é que vivenciar o novo, e não acomodar-se com pequenas coisas que julga preencher-la. Quanta vida espera por ela. Essa cidade grande, cheia de praias lindas, shows, diversão. Mundo que, provavelmente, ela jamais conheceu. Vai ficar aí, nesse mundinho pequeno, desejando carinho toda vez que se sentir rejeitada? Esqueça! A solidão acontece, mas o importante é que existem amigos, leituras, conversas que podem supri esse sentimento. Pra que dar tanta importância a essa mediocridade.
Chega o momento em que eu nem sei mais quem eu quero que vença. Basta que separemo-nos. Não dá pra eu viver junta com essa garota. Alguém pode nos desgrudar? Faça assim: leve-a pra Arábia Saudita. E você fique comigo aqui, me mostrando esse mundinho que ela nunca teve coragem de descobrir.

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Perseguindo-me

Pensamento vai, vaza. Não te quero mais.
Vai correndo.
Ô menino insistente - pára de me perseguir, pensamento!
Não sou tua. Está longe de eu te pertencer.
Que cara insistente! E o pior é que é sempre o mesmo...
Já te ouvi, refleti, analisei e decidi: não te quero mais!
Permita-me a paz.
Só quero uma licencinha pra eu me concentrar em outras coisas.
Música, arte, ou até mesmo outro sentimento.
Mas que não seja esse, em hipótese alguma.
Está na hora; aliás, já passou tempo demais.
O pior: parece que estou gostando. Não, certamente não.
Foi sua insistência garoto.
Vaza! Já perdi tempo demais.
Que coisa... Acabou! Mas eu, onde estava?

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

Por fraqueza!

Abri os olhos e não consegui acreditar no que vi. Foi forte demais para mim. Ana, a mulher pela qual passei a vida à espera, agora se encontrava ali, bem diante do meu olhar paralisado. Não sabia como reagir. Após alguns segundos, que passavam no mesmo compasso de horas, consegui reagir e buscar naquele lago límpido, a resposta para os meus sentimentos. Ela ainda me amava, estava declarado em seus olhos, mas algo mais se encontrava mergulhado naquelas águas. Abraçamos-nos, deixamos nossos corações se encontrarem. Foi quando ela resolveu desabafar. Falava que havia voltado por causa do amor que sentia por mim, sabia que não era possível, mas... A interrompi. Por que não seria possível compartilhar o resto dos meus dias vivendo essa paixão? Falei que era parte do meu coração. E como eu poderia viver sem um pedaço dele? Mas Ana tinha um fato a me revelar. Ela, segurando fortemente em minhas mãos, disse que estava com câncer. E mais uma vez o silêncio fazia-se presente entre nós. Tive vontade de falar-lhe que acima de tudo estava o nosso amor, mas agi como um covarde. Nem sempre é fácil expressar os nossos sinceros sentimentos. A mulher que tanto amei partiu, deixando-me saudades e um imensurável vazio. Eram pedaços meus que haviam sido perdidos. Ainda hoje, carrego um grande sentimento em meu peito, o arrependimento. Se eu tivesse sido forte, ao menos ela teria falecido ao meu lado.

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

O pensamento de um ser inanimado

De repente, o verbo se fez carne e habitou entre nós. Quem faria relação tamanha do irracional com o pensador? É verdade, visto com olhos humanos, não há consideravelmente nada em comum. Intacto e perplexo encontra-se espalhado em vários locais. Com função quase imperceptível acaba por influenciar-nos e defender-nos ativamente. Quantas violências já presenciadas, quantas loucuras já vistas, quantas provas de amor foram admiradas! Sabe mais do que nós mesmos, está sempre atento a nos dizer o que fazer, seja no momento em que precisamos de calma para seguir nossos caminhos, seja no momento em que não devemos ficar parados enquanto muitos dependem de nós, valoriza-nos, dá-nos importância em um mundo egoísta, verdadeiramente, egoísta. Como qualquer ser que pensa, também é falho nas horas menos apropriadas. Quando já estamos sem forças, famintos, nos ocasiona a perda de oportunidades raras, fazendo-nos esperar minutos intermináveis por algo que nos leve ao mesmo destino. Seja um carro, um ônibus, uma carona. É por isso a tamanha importância do semáforo em nossas vidas.

Pedido de amor!

Por vezes a caneta encaixada entre os dedos não foi rápida o suficiente para acompanhar o acelerar dos meus pensamentos, que iam formando-se de forma surpreendente e caprichosa. Mais uma vez era constante o medo, a angústia, tudo podia acontecer somente, como um “flash”, e em dois segundos todos aqueles admiráveis pensamentos já haveria evacuado. Muitos se perderam lá mesmo, entre a cabeça e o papel, entretanto, outros estão guardados até hoje como forma de inspiração, para que sejam feitos, ainda, textos sinceros e cheio de sentimentos. Mas também como forma de correção para textos futuros. Peço-te novamente, menino meu, não deixe que uma grande paixão sofra de saudade nem tenha desespero para retomar o amor perdido. Se os entraves vierem, mesmo assim, não autorize nossa separação.

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante

Contato Primeiro

É como quando chega uma visita inesperada em nossa casa, em que não temos muita intimidade, as palavras escapam e o sorriso na ponta da boca aparece, aquele com certa timidez. Dessa forma é que me sinto escrevendo pela primeira vez nesse blog. Espero poder passar um pouco dos meus pensamentos, algumas idéias boas, assuntos interessantes, e também algumas coisas que o mundo está precisando bastante.
Aqui deixo meus primeiros registros.

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante