quinta-feira, 15 de maio de 2008

Sem encantos


Poderiam escorrer lágrimas dos cantos dos meus olhos, mas isso somente se elas fossem inevitáveis. No caso de eu poder escolher, prefiro ao sorriso bem no meio do meu rosto. Acho que na vida todo mundo tem momentos em que não aguenta mais ouvir falar de amor, escutar músicas que façam alusão a um ser encantado, ou ler historinhas, repetidas, apaixonadas(por falar nisso, vou lembrar de comprar HQs). As pessoas têm vontade de ir ao cinema, porque é um lugar agradável e diferente de suas casas, mas lembrar que é um canto idealizado romântico, onde deve-se ir acompanhada ou sabendo que se assistirá filmes em que todos têm companhia - até os filmes de ação, acaba fazendo com que os desacompanhados percam o interesse por essa arte - o cinema, claro. Tem horas que nós não aguentamos mais tanto faz de conta. Parece que "A bela adormecida" e a "Cinderela" continuam até hoje. A diferença é que estão embutidas em historias romanescas baratas, que alimentam o sonho de um príncipe encantado, totalmente apaixonado e uma união chata, de casais perfeitos. O que vem mudando é apenas a contextualização. A forma com que os assuntos "encantados" estão sendo abordados, ou onde eles estão sendo apresentados. Mas as barreiras com o passado ainda não foram rompidas, pelo contrário, agora tem muito mais gente tirando vantagem da paixonite das pessoas.
As propagandas mostram casais lindos. Homens e Mulheres perfeitos. Isso pra que os consumidores, nós, tenhamos vontade de comprar algum produto somente pelo fato de acreditarmos que o amor perfeito seja real, ou ao menos acreditarmos que é possível esse sonho realizar-se conosco. Enquanto isso, publicitários e empresários engordam suas contas bancárias. E nós nos mantemos miseráveis, sem príncipes encantados, e sem percebermos o quanto somos marionetes do capitalismo, das corporações. Não precisamos sonhar mais do que viver. Se pudermos fazer os dois, que bom. Senão, façamos o que vivemos realidade e não esqueçamos dela, não a troquemos por "faz de conta", isso é praticamente supérfluo para uma vivência realizada.


Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante


quinta-feira, 8 de maio de 2008

Outro olhar sobre o caso Isabella Nardoni

Réus sim! Culpados?

Falam que o pai e a madrasta teriam lesionado e em seguida, levados por uma causa ainda desconhecia, matado Isabella de forma fria e sem nenhum pudor moral. Talvez tudo que se tem dito sobre o caso da pequena Nardoni seja a pura e simples verdade. Ou talvez nada que se tem revelado seja verídico, pois tudo pode se tratar de uma obviedade que a policia preferiu perceber. Tudo que seja muito evidente, creio eu, merece mais atenção e investigação, talvez pelo rumo seguido, pela linha de investigação, se tenha chegado a essa conclusão. Não podemos esquecer que a polícia fez somente um caminho de investigação. Não faço aqui uma defesa do casal, que ontem já se tornou réu do caso, mas sim uma defesa da justiça. Não devemos julgá-los pela obviedade, devemos esperar que não haja mais defesa alguma para podermos chamá-los de culpados, e isso só poderá ocorrer quando o conselho do júri assim o fizer.

Anderson Cidral - Estudante de Direito, 3o semeste, da Universidade de Fortaleza - Unifor.

sábado, 3 de maio de 2008

Retrato de um momento familiar

A calçada, a conversa entre família, o assunto pronunciado aos cochichos. Era esse o ambiente. Eu e minha prima no batente e os Machado ao lado. Acabou. Vamos para casa. Tchau família. Mãe me deixa em casa e leva a minha comida depois, obrigada! Ligo o computador. Escrevo um pouco. Gravo umas recordações, apago outras. De repente uma surpresa, era ele, o vento. As portas se batiam. Já anunciava a chegada dela, exatamente, a chuva, não tardou. Música, claro. É essencial. Algo relaxante. Uma vontade repentina de recordar a infância apareceu. Puxo a grande caixa com fotos. Muitas fotos. Via minhas duas famílias ainda jovens. Minhas duas irmãs, meus dois irmãos, minhas duas mães. Desde pequena já era apegada com minha prima-irmã, ela era meu espelho. Então como pode a gente ter se tornado tão diferente? Que bom. Significa que eu não perdi minha essência. Meu pescoço me faz parar. Já não agüentava mais a mesma posição. Um papo cabeça com O Cara, e eu já permitia a atividade dos meus sonhos.

Luiza Machado Vasconcelos Matos Cavalcante